Cosmos: o Universo também pode ser poético
Por Thaís Cerqueira*
Quando olhamos para o céu à noite, aqui do Hemisfério Sul, podemos ver cerca de três mil estrelas. Mas nós pertencemos a uma galáxia que tem cem bilhões de estrelas, e faz parte de uma entre cem bilhões de outras galáxias. Esse é um dos exemplos de como a nossa percepção do Universo é limitada.
Primeira experiência da Exposição Principal do Museu do Amanhã, o Portal Cósmico traduz essa grandiosidade do Universo. Com direção-geral de Fernando Meirelles, um filme com 8 minutos introduz os visitantes às ciências cósmicas, por meio de uma projeção em 360 graus, dentro de uma enorme estrutura oval.
– Falar do Universo não é tarefa fácil. Ele é tudo que existe, então não tem assunto mais longo, complexo e abrangente – afirma o astrônomo Alexandre Cherman, um dos consultores do Museu do Amanhã.
A criação de um conteúdo que contasse de forma concisa a origem do Universo foi, portanto, um desafio para os criadores.
– O roteiro deveria trazer a evolução cósmica apresentada corretamente. Ao mesmo tempo, a ideia era transmitir de forma poética, envolvente e que mobilizasse a imaginação do visitante para além da experiência cotidiana, já que “nenhuma descrição do Universo pode ser completa se não for poética” – conta o curador do Museu, o físico Luiz Alberto Oliveira.
A partir do momento em que percebemos que somos um ponto muito pequeno na história da vida no planeta Terra, podemos tomar a decisão equivocada de achar que as nossas ações não influenciam em nada. Mas não é bem assim. Alexandre Cherman lembra que nossas ações são relevantes para nossa vida e para o nosso futuro imediato. A humanidade não deve pensar em salvar o planeta, e sim, garantir a sua perpetuação.
Horizontes Cósmicos
Após o Portal Cósmico, a Exposição Principal prossegue na área dos Horizontes Cósmicos, na qual o visitante pode aprofundar os conhecimentos sobre assuntos, como velocidades, durações, densidades, entre outras áreas de saberes, com o auxílio de seis telas interativas.
Os conteúdos apresentados muitas vezes têm conceitos abstratos, mas que buscam atrair o público com uma linguagem acessível. A interatividade também joga a favor, ao dialogar principalmente com as novas gerações.
– A astronomia é uma área distante do cotidiano das pessoas, além de não ser uma ciência formalmente ensinada na escola. E ainda assim, pode ser uma boa porta de entrada para o mundo científico, um céu estrelado, uma galáxia, uma nebulosa, atraem inicialmente pela beleza – complementa Cherman.
*Thaís Cerqueira é estagiária de Conteúdo do Museu do Amanhã