A igualdade em um planeta limitado | Museu do Amanhã

A igualdade em um planeta limitado

Exposição Principal
José Augusto Pádua, historiador ambiental, em palestra durante o evento 'A ciência nos bastidores do Museu'

A cultura dos combustíveis fósseis aliada ao consumismo extremo fizeram com que os humanos acelerassem a degradação do planeta. Mas vamos virar esse jogo com a ajuda das novas tecnologias, profetiza José Augusto Pádua, historiador ambiental, durante palestra da série “A ciência nos bastidores do Museu do Amanhã”, realizada nesta quinta (4).

Especialista na interação entre sociedades e ecossistemas, Pádua conversou com o público sobre os impactos da Humanidade sobre o planeta, o chamado "Antropoceno", um dos principais temas da Exposição Principal do Museu.

Segundo o historiador, nos últimos 200 anos passamos a interferir diretamente no Sistema Terra quando aumentamos o nível de carbono na atmosfera. Mas a coisa desandou mesmo a partir da segunda metade do século passado, após a Segunda Guerra Mundial.

– Entre 1960 e 1970 começaram a aparecer problemas ambientais que vão dando uma certa preocupação. O petróleo abundante e barato, inovações tecnológicas, televisões, automóveis, computadores, celulares... cria-se um consumo de massa, ligado a políticas de distribuição social, que facilitam o acesso a bens de consumo. Tudo isso cria um grande desafio para o amanhã: como vamos equilibrar a igualdade global e, ao mesmo tempo, trabalhar em um planeta limitado? – disse Pádua.

– Temos que nos reorganizar. Não vamos ser utópicos em pensar que aquele bilhão de mais ricos vai, da noite para o dia, mudar seus hábitos. Acho interessante combinar a ideia da mudança de consciência com a de suficiência. Tem que passar pela conscientização espiritual e ética de percepção da vida – complementou.

Revolução tecnológica

Pádua citou ainda que há em curso uma imensa revolução tecnológica que vai ajudar o mundo a superar os problemas ambientais. Segundo  ele, o combustível fóssil vai, sim, ser substituído por fontes renováveis, como a eólica e a solar.

– O carro de combustível fóssil, no nível individual, já chegou ao limite. Há alguns movimentos surpreendentes acontecendo em relação à informática também. Mas, para que tudo isso se expanda, é preciso uma maior participação do Estado. O governo pode tirar impostos de tudo aquilo que é limpo – afirma. – Vamos avançar historicamente para benefício ecológico.

Sobre o "Ciência nos bastidores"

A série de palestras "A ciência nos bastidores do Museu do Amanhã" reúne os cientistas que participaram da elaboração da Exposição Principal do Museu em conversas informais com o público. Estudiosos das áreas de Ciências Exatas, Humanas e Biológicas, ligados a universidades do Brasil e do exterior, desvendam aos visitantes os detalhes e desafios envolvidos no planejamento da exposição.

As inscrições para o evento são gratuitas e não dão acesso às exposições do Museu. Os interessados podem se inscrever até cinco horas antes de cada palestra por meio de um formulário on-line, e o número de vagas está sujeito a lotação do espaço. Os encontros acontecem sempre às terças e quintas-feiras, às 17h30.

O Museu do Amanhã é gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão - IDG. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro, concebido em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo. Exemplo bem-sucedido de parceria entre o poder público e a iniciativa privada, o Museu conta com o Banco Santander como patrocinador master, a Shell Brasil, ArcelorMittal, Grupo CCR e Instituto Cultural Vale como mantenedores e uma ampla rede de patrocinadores que inclui Engie, IBM e Volvo. Tendo a Globo como parceiro estratégico e Copatrocínio da B3, Droga Raia e White Martins, conta ainda com apoio de Bloomberg, EMS, Renner, TechnipFMC e Valgroup. Além da Accenture, DataPrev e Granado apoiando em projetos especiais, contamos com os parceiros de mídia SulAmérica Paradiso, Rádio Mix e Revista Piauí.