Como o Amanhã narra o tempo
Gisele Duarte*
O que vai acontecer com a Terra? Quais seriam os cenários futuros para o próprio Cosmos? Essas são algumas das perguntas que a Galeria do Tempo, instalação que integra a Exposição Principal do Museu do Amanhã, busca responder ao longo do seu trajeto. Além disso, faz com que os visitantes elaborem suas próprias reflexões sobre o universo e nossa existência.
Divididas em quatro bancadas, a linha cronológica possui imagens e textos que abordam diferentes momentos da história do Universo: as origens da Matéria, da Vida, do Pensamento e como tudo isto deve se transformar em um Futuro Distante.
- A ideia foi apresentar essas quatro bancadas de uma forma que essas dimensões, escalas que são muito diferenciadas (escala humana, da vida e cósmica), pudessem ser compreendidas e apropriadas pelas pessoas. Que [elas], ao acompanhar essas passagens, tivessem uma experiência complementar – conta Luiz Alberto Oliveira, curador do Museu do Amanhã.
De onde viemos e para onde vamos?
As questões acima integram o conceito narrativo da Exposição Principal do Museu do Amanhã e são o ponto de partida e chegada da Galeria do Tempo.
Na primeira bancada, o tema “Matéria” é apresentado ao público. Dividido em Cosmos e Terra, o conteúdo retrata a instabilidade do vazio, a expansão e o aparecimento de partículas elementares, como os átomos e elétrons, além da formação do Sistema Solar e de nosso planeta – numa escala de bilhões de anos.
Na sequência, a “Vida” e sua origem ganham destaque. O visitante terá a oportunidade de entender como este acontecimento acrescentou uma nova dimensão à natureza. O terceiro importante momento refletido é chamado “Pensamento”, o qual traz ao público o desenrolar da história humana por milhares de anos. A partir desta premissa, se abrem amanhãs possíveis para os próximos 5 bilhões de anos, abordados na última parte da Galeria denominada “Futuro Distante”.
- Originalmente nós queríamos surpreender, que as pessoas se dessem conta dessas diferentes dimensões que a nossa existência está envolvida. Hoje, nós conseguimos abranger o nosso conhecimento por meio da medicina e da observação, em escalas gigantescas. Isso, bem ou mal, nos recoloca em uma perspectiva de nós mesmos – afirma Luiz Alberto.
Ele complementa: - Nós somos cariocas, brasileiros, solares, via lácteos, somos universais. Nós podemos ter esse conhecimento. Queríamos que as pessoas percebessem isso. E que ao se darem conta dessas vastidões sejam capazes de refletir sobre a condição atual e criar um horizonte bacana para a exploração do amanhã, dos futuros possíveis, que é a proposta do museu – finaliza o curador.
*Gisele Duarte faz parte da equipe da Gerência de Exposições e Observatório do Amanhã